quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

I Refuse - Speaks Fork-Tongued [2009] cdep...

Essa banda eu conheci por acaso em um desses sites de download...a banda é de Ontario/Canadá...Hardcore/punk com uma pegada moderna e um vocal limpo e muito bem cantado...letras inteligentes e a banda adota uma postura vegetariana, o que fica claro no site e em uma entrevista que li na internet...faz algum tempo que não me empolgava assim com uma banda, a última banda que me chamou atenção foi o Another Breath com o seu último lp, muito foda por sinal...o I Refuse disponibilizou o cdep/12" pra download...fora isso, a banda tem um clip rolando no youtube também...vale a pena conferir...stay tune!!!


I Refuse [myspace]...
I Refuse - Speaks Fork-Tongued [2009] cdep...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Abhinanda - Neverending Well Of Bliss [1995] ep...

Abhinanda é uma das bandas sxe da Suécia da décacada de 90 que eu mais gosto, junto com Refused e o Separation. O vocalista Jose tinha um selo, que lançou algumas bandas legais daquele pais, o selo Desperate Fight Records, que lançou os cds do Abhinanda também. A banda tem aquela pegada moderna e no final ficou cada vez mais rock...hahahaha. Mas a banda não perdeu a identidade por causa disso...demorei pra conseguir esse cd, mas cosegui. E na boa, esse não é o melhor registro da banda, tem coisa muito melhor aí...pesquisa, escuta e tire suas próprias conclusões...outra coisa, a Alliance Trax (Japão) parece que lançou a discografia da banda com uma música inédita...e outro detalhe, pelo que consta no myspace da banda, eles estão de volta e em tour em 2010...don't fill yourself with emptyness!!!



Abhinanda Myspace...
Abhinanda - Neverending Well Of Bliss [1995] ep...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

"THE PAST THE PRESENT 1982-2007: A HISTORY OF 25 YEARS OF EUROPEAN STRAIGHT EDGE"


THE PAST THE PRESENT 1982-2007: A HISTORY OF 25 YEARS OF EUROPEAN STRAIGHT EDGE relata a cena sxe europeia, desde os seus primórdios com o Lärm até as bandas atuais...Um livro de 108 paginas e mais de 250 fotos, lançado pela REFUSE Records...Entrevistas com várias figurinhas carimbadas da cena europeia...The Past The Present contém histórias de toda a Europa, desde a Suécia, Espanha, Portugal até a Polonia. Apesar que como eu e meu amigo Aristides comentamos, faltou algo sobre a Itália, mas nem tudo é perfeito...Definitiviamente um livro pra qualquer pessoa interessada em hardcore ou straight edge. Este livro foi escrito/realizado por dois integrantes da banda BIRDS OF A FEATHER, Marc Hanou e Jean-Paul Frijns...inclusive esse livro faz parte último lançamento da banda, mas somente na versão em vinil...essa versão que consegui é em vinil marrom...vinil gatefold, na qual o livro fica dentro da capa, no mesmo tamanho de um encarte de vinil...perfeito!!! Pra quem não sabe, o BIRDS OF A FEATHER, é uma banda de hardcore youth crew composta por caras com mais de 30 anos de idade...o vocalista Bigma, ex-Mainstrike, tem uns 40 anos...essa era uma das proposta dos integrantes da banda, mostrar que o sxe envelheceu mas manteve o espírito jovem...esse cd do BOAF foi lançado aqui no Brasil pela 78Life Records, e tem o mesmo nome do livro...abaixo se encontra a listagem das pessoas que aparecem em entrevistas e comentarios no livro e questão...finalmente algum livro sobre a cena sxe europeia, já não era sem tempo...

"THE PAST THE PRESENT 1982-2007: A HISTORY OF 25 YEARS OF EUROPEAN STRAIGHT EDGE"
Entrevistas/Comentarios com: Andreas Gruter, Germany ("Vengeance" zine, worked for Crucial Response Records), Atanasoski Vasko, Macedonia (F.P.O.), Bart Griffioen, Holland (PROFOUND, COLT TURKEY, MANLIFTINGBANNER, DEADSTOOLPIGEON), Bruno Miguel Piairo Lopes Teixeira, Portugal (NEW WINDS, THESE HANDS ARE FISTS), Bruno Pires, Portugal (NEW WINDS), David Leon, Spain (AFTERLIFE, THE DEFENSE), Fausto, Spain ("AHC" zine), Hans Verbeke, Belgium (RISE ABOVE, BLINDFOLD, SHORTSIGHT, SPIRIT OF YOUTH, LIAR), Inti Carboni, Italy (show promoter), Jasper, Holland (A STEP APART, EYE OF JUDGEMENT), Jennifer Ramme, Poland (Emancypunx Records), Jeroen Vrijhoef, Holland (MAINSTRIKE, Coalition Records), Johan Prenger, Holland (Reflections Records), Johnny van de Koolwijk, Holland (MAINSTRIKE, REACHING FORWARD, DOWNSLIDE), Jos Houtveen, Holland (LARM, SEEIN' RED, STAATHAAT), Jose Saxlund, Sweden (ABHINANDA, Desperate Fight Records), Lord Bigma, Holland (MANLIFTINGBANNER, MAINSTRIKE, NO DENIAL, STRIKE FIRST, BIRDS OF A FEATHER), Lucas van Heerikhuizen, Holland (EYE OF JUDGEMENT), Mario Tucman, Croatia (VASELINE CHILDREN), Marcus Erricson, Sweden (EYES SHUT, LAST HOPE, DAMAGE CONTROL, ANOTHER YEAR, ANCHOR, "Soulcity" zine), Mark Schenk, Holland (EYE OF JUDGEMENT), Michiel Bakker, Holland (PROFOUND, COLT TURKEY, MANLIFTINGBANNER), Olav van de Berg, Holland (LARM, SEEIN' RED, PROFOUND, COLT TURKEY, MANLIFTINGBANNER), Patryk Bugajski, Poland (SUNRISE, DAYMARES), Paul van de Berg (LARM, SEEIN' RED, PROFOUND, COLT TURKEY, MANLIFTINGBANNER), Ram, Denmark (artist), Rat, UK (STATEMENT, UNBORN), Ricardo Dias, Portugal (TIME X, DAY OF THE DEAD), Rob Beekmans, Holland (ABUSIVE ACTION), Robert Matusiak, Poland (Refuse Records), Robert Voogt, Holland (Commitment Records), Roel, Holland (EYE OF JUDGEMENT), Willem Jan Kneepkens, Holland (INSULT, EYE OF JUDGEMENT), Yann Boisleve, France ("International Straight-Edge Bulletin").

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Out Of Step: Faces of Straight Edge...

Livro lançado em 2007, feito pelo fotógrafo Raymond McCrea Jones. Esse livro tem uma proposta diferente...ele é um livro de fotos (algo em torno de 60 fotos), com um pequeno comentário sobre os indivíduos fotografados. Nesse comentário vem apenas: nome, idade, ocupação e quantos anos esse individuo é sxe...um livro artístico que tem a idéia de mostrar as varias faces do sxe ao longo do território americano. No começo achei estranho, mas depois que peguei o livro em mãos achei interessante, além do que as fotos são bem tiradas, todas em preto e branco...um livro dedicado aos vários indivíduos que fazem parte da cena, não apenas as bandas, alias não tem banda nenhuma nesse livro...é um livro de memórias fotográficas para os indivíduos que são e constroem a cena como conhecemos...

www.facesofstraightedge.com

Dia de Los Muertos...

Ontem foi Dia de Finados (2/11/09) e pra não comemorar apenas a morte de entes queridos rolou show aqui em Joinville. Mais um show organizado pelo Coletivo Contraparte, coletivo composto por pessoas muito queridas e sinceras...tocaram 4 bandas: Vat Bier, Odeie Seu Ódio (ambas de SC) e Filhotinhos e Entre Rejas (ambas do RS). O Vat Bier veio com um som com uma pegada bem Oi/Punk, não estou muito familiarizado com este tipo de vertente do punk/hardcore, mas gostei do pouco que vi...depois veio o Odeie Seu Ódio, pra ser sincero o ultimo show deles eu achei mais ou menos, mas esse show foi bem melhor, inclusive eles lançaram uma demo nesse show...a melhoraia se deve a mudança na formação, a entrada do baterista Gabriel fez toda a diferença na banda, que toca um fast-core politizado, a lá Discarga e Infect...não poderia ser diferente, pois essa sempre foi a proposta dos indivíduos da banda, que até hoje tem alguma relação com manifestações políticas na cidade de Joinville, inclusive eles fazem parte do Coletivo Contraparte...depois veio o Entre Rejas, eu e o meu amigo Maikon estávamos ansiosos por ver essa banda. Eles tem influencias de Seein Red e tantas outras maravilhas do punk/hardcore rápido e politizado...o show foi muito foda, musica rápida com muita energia...por ultimo veio o Filhotinhos, infelizmente não vi o show dessa banda, pequei nesse aspecto, mas o que posso dizer que os "doidos" dessa banda agitaram em todos os shows e se divertiram bastante...hahahaha. Outro aspecto legal desse show foi encontrar alguns amigos antigos e colocar a conversa em dia...encontrei o Klaus (Falso Branco) e a Beta, casal inseparável...Beta você é uma guerreira, o Klaus é outro doido que nem eu...hahahaha. Muitas conversas com o pessoal do Contraparte e meu velho amigo Maikon...geralmente os shows são meio corridos e você tem dificuldade de conversar e trocar algumas experiências com as pessoas ali envolvidas, mas esse foi um pouco diferente...valeu o esforço de sair de casa e enfrentar o calor infernal do dia dos mortos.

domingo, 23 de agosto de 2009

Burning Fight: The Nineties Hardcore Revolution In Ethics, Politics, Spirit, And Sound...

Este livro de 500 pags., escrito por Brian Peterson, aborda vários temas, desde política, direito dos animais, straight edge e religião dentro da cena norte americana na década de 90. Possui várias entrevistas com bandas da época...livro altamente recomendável e um ótimo relato da cena daquela época...muitas fotos, memórias e opiniões interessantes. Vale relatar uma passagem do livro na qual me lembrou discussões do passado...discussões do tipo sobre direitos animais e straighedge...me lembro até hoje, eu, meu irmão Marcel, Nils e Igor (estes últimos de CWB) discutindo sobre o seguinte: “se fosse necessário matar alguns animais de laboratório ou não em prol da cura do câncer ou aids, seria isso uma opção a pensar/realizar ou não?”...na época quase todos da cena eram vegans, praticamente todos disseram que não...interessante como as coisas são ou foram. Discussões sobre usar drogas com fins medicinais...isso também foi discutido em algum momento. Mas sobre o livro, o trecho que me fez lembrar de tudo isso foi uma parte da entrevista com Tim MacMahon (Mouthpiece), na qual ele relata sobre o baixista Sean MacGraph que estava com câncer e para amenizar os efeitos da quimioterapia, seu médico recomendava o uso de “maconha medicinal”...e Sean, vegan sxe, estava chateado com a situação e perguntou para o Tim o que ele achava disso tudo, e Tim disse: “se fosse eu na sua situação provavelmente usaria e que o mais importante naquele momento era que ele ficasse vivo”...eu sempre fui contra o uso de drogas medicinais, remédios pra ser mais exato, só em último caso...mas nunca discriminei ninguém por causa disso...é muito fácil falar desse tipo de situação se você não passa ou esta passando por ela...mas o fato que se você, pode e tem condições, porque não fazê-las??? Mas isso quem decide é você e nem por isso você deixara de ser uma pessoa melhor...amadureci muito desde aquela época, de discussões noite afora...tenho amigos que foram e ainda são sxe ou vegans, e indiferente de sua opção de ontem ou de hoje ainda são meus amigos...e isso é o que importa.

www.burningfightbook.com

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Straight Edge como uma cena VS. Straight Edge como um movimento...

Esse texto foi extraído do zine Fúria Cotidiana #1, editado no 1º semestre de 2004 por mim e o Luis do Nunca Inverno...ná época estavámos muito descontentes com a cena e pessoas que conheciamos, ligadas ao punk/hardcore...muito tempo se passou, muitas coisas mudaram, mas algumas coisas ainda permanecem vivas...

"Quando o straight edge começou, no início dos anos 80, não passava de um bando de garotos já cansados do punk e do uso de drogas indo de mão em mão. O punk rock era todo sobre rebelião, mas esses garotos não queriam apenas rebelar-se contra a sociedade, eles tinham uma guerra para lutar dentro de seus próprios quintais. Estavam tentando se revoltar contra seu próprio povo: a cena punk/hardcore. Naquela época o straight edge era visto como alternativa a alternativa. O straight edge progrediu muito desde essa época e muitas atitudes mudaram. Passaram-se anos desde então e parece que perdemos aquela rebelião. Parece que nos declaramos vencedores da guerra contra as drogas no hardcore e que agora a luta acabou. Mas nunca podemos descansar. Uma vez terminada uma luta temos de ir para outra. Straight edge não é apenas abstinência de drogas. Ele é a compreensão de que as drogas tornam você apático. Tornar-se straight edge deveria ser apenas o começo. Quando você está “edge” pode conseguir muitas coisas já feitas, aí você senta a bunda. Este é o novo movimento do straight edge. Quando vou á algum show que é beneficente a alguma coisa, e nenhuma das bandas fala porque gastei um dólar comprando comida pra entrar no show, eu fico deprimido. Quando uma banda esta no palco falando algo que poderia ser visto como útil e todo mundo esta do lado de fora ou em seu pequeno mundo, começo a me perguntar porque elas estão lá? E essa é a questão. Da forma como vejo o straight edge deveria ser um movimento. Significa fazer uma promessa pra você e o resto do mundo. Significa ser drug free o resto da vida e sabendo o porquê. Pessoal ou político, é tudo a mesma coisa. O pessoal é político. As decisões que você toma em sua vida pessoal afetam os outros em suas vidas políticas. O straight edge deveria ser só o começo. Deveria deixar você no caminho da ação positiva. Eu condeno o X pelo que ele representa na cena. Não vou deixar o straight edge ser reduzido a 20 colares ou calças realmente “baggy” ou um grande X gordo na tua mão. Se o straight edge não significar nada além de um estilo ou um status social, então tudo em que acredito e deposito minha fé não passa de uma piada. Um completo desperdício de tempo. Não quero nenhuma parte. Encontro-me desencantado com o straight edge. Ele adormeceu. Tornou-se apenas uma drug free youth crew na estrada para a felicidade superficial e a popularidade. Se não houvesse mais straight edgers, você se manteria fiel as suas convicções? Infelizmente muitos dos “kidz” não podem responder a essa pergunta sem mentir para si mesmo. O straight edge não tem mais nada a ver com rebelião, tem a ver com ajustar-se a ele. O straight edge é um movimento ou apenas um clichê após um outro? Hoje ele é jogado pra você fazer dele o que quiser. Não estou satisfeito com o que tenho. Nós poderíamos ser rebeldes, poderíamos ser um movimento".

Eu retirei esse texto de um zine straight edge nacional editado em 1997, o Action For Life zine, e este texto foi retirado do encarte do 7" "Idle Hands Hold Nothing", da banda Frail, lançado em 1994. E esse texto aí em cima reforça a idéia que a história sempre se repete. A cena straight edge caindo sempre nas mesmas armadilhas. O Frail era uma banda muito boa e o Action For Life um zine muito bom que infelizmente deixou de ser editado como a maioria dos zines. E eu não culpo somente o advento da Internet por esse fato, eu culpo também a apatia que se instalou nos corações do straight edgers, que preenchem os vazios de suas vidas fazendo parte dessa cena que às vezes, mas somente às vezes, dá sinal de vida (admito que estou sendo muito pessimista, mas lançar cd's qualquer rockeiro consegue fazer, e nossa produtividade não deveria se limitar somente a isso). E esse texto inicial (que de certa de forma já é antigo) fala sobre moda e apatia, as mesmas doenças que infectam nossa sociedade ruindo a cultura punk de uma forma que eu não esperava que fosse acontecer. Na realidade o rumo que a cena straight edge tomou tem me deixado muito deprimido, um aglomerado de indivíduos imaturos e que tentam dar razão as suas vidas até o término de seu curso universitário e depois se tornar adultos e crescerem. As coisas deveriam ser como já diz uma letra da banda Highscore: “a cena é um fórum, a música é uma ferramenta”, mas em vez disso temos a cena como uma festa e a música como um mero entretenimento. Aliás eu sempre achei que os shows fossem apenas entretenimento, com certeza eles poderiam ser mais do que estamos acostumados. E o straight edge não deveria ser apenas ter um X nas costas da mão em cada encontro ou entretenimento, straightedge é e deve ser algo que se estende em nossas vidas, principalmente no nosso dia a dia . A forma como conduzimos nossos atos e como não nos deixamos nos contaminar, não apenas por drogas químicas mas as sociais também (preconceitos, homofobia, racismo,etc). Mas em vez disso temos um bando de rockeiros modernos metidos a designers, artistas e fotógrafos, que se prendem a modas que de certa forma tem sido a única coisa produtiva (se é que se pode chamar isso de produtividade). Bem, o que esperar de uma cena que a cada ano, ou mudança de estação, lança uma nova tendência (na realidade copia da cena gringa...não sei quem é mais burro: eles ou nós por copiá-los...com certeza a cópia porque a música é muito pior). Mas quais as modas passadas, lembrando que a do momento são os fotologs, deixe me ver...lembrei: tínhamos o movimento anti-macdonalds, o sexismo na cena, o pro-life e pro-choice, hardlines (urghhh), a polêmica da dança violenta, feminismo e riot girls, veganismo (na época o veganismo era algo realmente forte e hoje o que temos? Sério nunca pensei que fossemos chegar a ponto do veganismo se tornar motivo de piada na boca de rockeiros vegetarianos e ex-vegans...mas o que esperar de um reduto de rockeiros de final de semana senão isso mesmo, uma cena composta por indivíduos imaturos que não sabem com o que estão se metendo. Eu me lembro quando entrei em contato com a cena straight edge, mandei cartas para a S.E.L.F. (Straight Edge Life Frame) e pesquisei sobre o assunto a partir da carta resposta. Esse grupo me passou endereços de zines que poderiam de certa forma me explicar melhor e me ajudar nessa nova etapa da minha vida. Lembro de ter entrado em contato com o pessoal do Punto de Vista Positivo, que até hoje eu acho que foi o melhor zine lançado dentro da cena straight edge brasileira, reforçando minha idéia que os zines sempre tiveram um papel fundamental dentro da cultura hardcore. Tudo bem, existem os sites devido ao advento da Internet. Ótimo, as informações chegam numa velocidade realmente satisfatória, ao passo que isso diminuiu o contato entre as pessoas, sem contar que eu prefiro ler um zine a apenas uma porra de um site...eu acho um zine bem melhor. O fato é que a cena era bem mais produtiva quando entrei em contato com ela, existia mais sinceridade, mais compromisso, convicção, não era perfeita mas eu acreditava que a mesma caminhava para algo totalmente diferente do que eu vejo hoje, um bando de indivíduos que estão apenas em busca de festa e um lugar para demonstrar seus dotes artísticos e suas tatuagens caríssimas, além de outras coisas mais. O fato é que eu sinceramente aos poucos vi a cena cair num abismo...o straight edge se prendeu a modas e coisas que o punk nunca deveriam se render...e o pior é que hoje se vê esses indivíduos desassociando o straight edge do punk, também pra eles tudo não passa de estilo de roupa e penteado. Punk usa moicano e coturno e escuta bandas punks 77; straight edgers usam roupas da veganpride e escutam bandas de old school ou mosh vegan justiceiras... Resumindo caímos nas mesmas armadilhas que deveriam ficar de fora da nossa cultura, cultura essa que deveria ser uma ferramenta para nos ajudar contra determinados padrões culturais/consumistas e todo tipo de meio opressivo, mas infelizmente nos deixamos impressionar por muito, mas muito pouco. Mas tudo bem, amanha é outro dia e nunca é tarde pra consertar nossos erros (Marcio)...

Fúria Cotidiana zine...


Eu e o Luis do Nunca Inverno, uns anos atrás editávamos um zine chamado Fúria Cotidiana, lá por 2004...foram lançada apenas 3 edições...nessas edições constavam textos, entrevistas com bandas e resenhas...conversando com o Luis uns dias atrás resolvi colocar parte desses registros aqui no blog...e pra começar temos o editorial do Fúria Cotidiana #1, que foi escrito por nós dois naquela época...

...claro...escuro...claro...escuro... E essa tem sido a tônica das nossas relações. Alternamos momentos de atividade, vivacidade e consistência com momentos de extrema apatia e estaticidade. Quando pensamos ter dado um passo à frente, vemos que dois ou mais foram dados para trás. Quando pensamos que determinadas discussões e falhas haviam sido banidas para sempre, elas voltam a tona. E é assim que vemos a cena hardcore. Momentos de glória e momentos de derrota. E é assim que novamente deixamos nossas ocupações pessoais de lado e nos voltamos para a atividade. Sem poder determinar a forma de prosseguimento e periodicidade. Sem saber quando vamos nos afogar novamente em apatia. Mas ao menos algo parece certo, estes escritos são produto de determinadas frustrações. Principalmente no que tange as nossas relações...

...afinal este projeto surgiu através de discussões entre amigos insatisfeitos com suas vidas e com a cena hardcore como ela se apresenta nesses últimos dias...palavras de decepção sobre hardcore e straight edge, que tem sido durante alguns anos a razão central de nossas existências. Sentimos falta da convicção, seriedade e maturidade que um dia foi um sentimento forte e comum dentro dessas relações que se desenvolvem dentro do hardcore...não agüentávamos mais a imaturidade que vinha e vem assolando a cena, tanto que nossos textos tentam ter uma abordagem concisa e madura, o que não é muito difícil, tomando como parâmetro a cena atual...descompromissada e alvo fácil das mesmas armadilhas que todos estamos cansados de presenciar nesta sociedade que sempre tentou nos ridicularizar e vender como um produto para jovens a procura de algo para preencher suas vidas... na contramão das razões pelas quais nos envolvemos com o punk/hardcore/straight edge. Se hoje estamos escrevendo um zine, assumindo e vivendo o vegan straight edge é por que queremos algo mais que ser apenas consumistas passivos de produtos revolucionários ou malditos e velhos clichês...dentro ou fora do hardcore...dentro ou fora, hoje para nós isso praticamente é inexistente...somos um reflexo da mesma sociedade que um dia resolvemos lutar contra...os mesmos erros se repetem mas de formas e aparências diferentes (ou não), que no final obtém os mesmos resultados...dividir e conquistar e de alguma forma transformar todos e tudo em produtos ou consumidores em potencial...

...e no intuito de fazer algo mais do que apenas observar, nos voltamos à produtividade. Apesar de amigos há alguns anos, encontrávamos afastados uns dos outros devidos nossas vidas e atividades diárias. E este projeto de uma certa forma retomou e intensificou nossas relações e posicionamentos. Começamos com a timidez e desconfiança que toda pessoa que se propõe a fazer um projeto deste tipo presencia e sente. Mas de repente usando todas as decepções e insatisfação que há muito vinha nos sufocando, este projeto se tornou uma meta e se encaminhou de uma forma que nem mesmos nós esperávamos...

...por mais que tenha uma pequena abrangência dentro da cena, o que é bem comum numa sociedade onde quem lê um livro é considerado como um intelectual, ainda estamos dispostos a dar continuidade, devido ao sentimento de união e satisfação que de certa forma nos tomou durante a realização deste projeto...temos como objetivo (tudo depende de como as coisas vão se suceder depois desta primeira edição) lançar duas edições anuais, afinal temos muitas outras atividades além de tentar fazer do hardcore e o straight edge razão central de nossas vidas...

...estamos cientes que nossas idéias podem ser mal interpretadas, mas o hardcore, segundo nosso ponto de vista, tem sido interpretado e usado de forma errada há algum tempo, então estamos conscientes que muitos com certeza não entenderão...mas sinceramente, nunca tivemos a intenção de fazer parte do hardcore apenas por amizades, aceitação, irmandade confundida com corporativismo ou para ser massa de manobra para ditos intelectuais dentro da cena...fazemos parte do hardcore para tentar, e até então obtivemos algum êxito, fazer alguma diferença em nossas relações diárias ou esporádicas, na forma como atuamos e interpretamos cada situação...este projeto tem então como objetivo reagir a esta situação, através da atividade, causando o autoquestionamento (Marcio & Luis)...

X-Acto - the new child [1997] 7"...

Esse até onde sei foi o último trabalho do X-Acto...depois disso eles montaram a banda Sannyasin, que tinha os mesmo integrantes do X-Acto, mas o Sannyasin tinha uma orientação mais espiritual em suas letras...hehehehe. Esse 7" vem na versão azul, pelo menos a cópia que consegui...conheci essa gravação na época da tour do X-Acto por aqui, através de uma k7 que tinha também as músicas do split com o Ignite...essa k7 foi lançada pra promover a tour dos portugueses pelo Brasil...mas depois de 10 anos consegui o 7"...hahahaha. Esse 7" consta com 4 músicas impecáveis, sendo uma delas a música Dance of Days do Embrace...sem mais comentários.

X-Acto - the new child [1997] 7"...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

X-Acto & Ignite - benefit [1996] cd...

Esse cd eu consegui na loja Abrigo Nuclear, de Jaraguá do Sul, em meados de 97/98, nem lembro mais...nesse cd o X-Acto noa traz 8 músicas perfeitas...foi a primeira vez que tive contato com o trabalho dessa banda portuguesa...o Ignite aparece com mais 10 músicas, nas quais inclui um 7" com o antigo vocalista Nelson...essa gravação está meio ruim. As outras músicas do Ignite contam com o Zoli Teglas nos vocais...eu gosto das músicas do Ignite, mas o X-Acto neste cd merece toda atenção...na época foi um dos primeiros contatos que eu tive com alguma gravação que abordasse veganismo e sxe...lembro-me como se fosse hoje o impacto que teve em mim...o split, como o nome já diz, era em prol de algumas Organizações Ambientais...na minha opinião, um dos cds que eu mais gosto dentro da minha coleção, mas por causa do X-Acto e toda as consequencias que suas músicas tiveram em minha vida...CAUSE WHEN WE ARE TOGETHER WE OWN THE SKY!!!

X-Acto & Ignite - benefit [1996] cd...

COMPASSION...

CAN YOU SEE THE BLOOD?
YEAH BUT STILL YPU TURN YPUR HEAD AWAY
AND YOU PRETEND ALL IS O.K.
YOU'RE SOAKED RED WET AND YOU FORGET
WITHOUT COMPASSION AND RESPECT
YOUR LIFE WILL LEAD YOU, WILL LEAD YOU NOWHERE
CAN YOU LIVE SIMPLE SO OTHERS MAY SIMPLE LIVE?
WILL YOU MAKE THAT EFFORT? WILL YOU? START TO CARE!
CAN YOU EAR THE CRIES?
CAN YOU LOOK ME STRAIGHT IN THE EYES
AND SAY YOU DIDN'T LOST YOUR MIND?
BECAUSE WE LEAVE A TRAIL OD DEATH
OF AGONIZING PAIN A THEFT
OF SO MANY SLAUGHTERED, SO MANY FORGOTTEN
THERE'S NO PEACE IN A SLAUGHTER HOUSE
THERE'S NO PEACE IN THE SEAS
THERE'S NO PEACE IN A LABORATORY
STAND UP FOR RESPECT, COMPASSION AND LOVE
VEGANISM!!!

domingo, 26 de julho de 2009

Intense Manner Of Living...

Intense Manner of Living ou apenas IML, foi uma banda de São Paulo que existiu na década de 90 e que tinha uma sonoridade punk/hardcore bem ao estilo Fugazi...lembro que quando eu lembrava de bandas sxe's eu me lembrava de bandas com essa sonoridade...sempre rolou um papo que alguns os caras do IMl fossem sxe's...isso nunca ficou claro pra mim. Mas o fato é que o IML foi uma banda muito boa e que parece que foi esquecida pelo tempo e pela geração do mp3...eu possuo duas k7 demos da banda, uma se chama "Desire" e a outra "Cultural Intersection In A Hardcore Band"...tenho também a coletânea em vinil "Fun, Milk and Destroy", na qual eles participam juntamente com outras bandas que também foram importantes pra cena nacional, dentre elas: No Violence, Kangaroos in Tilt, etc, etc...pretendo colocar todo material que possuo deles aqui no blog, dentre essas gravações também quero colocar uma matéria que saiu an Revista Dynamite alguns anos atrás...o mais próximo que cheguei de ver a banda tocando foi através de uma apresentação no famoso Festival Juntatribo2, gravada numa fita VHS que eu possuia...essa fita VHS do Festival foi editada pelo pessoal do Abrigo Nuclear de Jaraguá do Sul/SC, mas a minha cópia se perdeu ao longo dos anos...sei que o IML tocou aqui em Joinville muitos anos atrás, junto com o Garage Fuzz, se não estou enganado, mas acabei não indo ao show e me arrependo até hoje...mas por enquanto fica aqui o link dessa apresentação deles no Juntatribo 2 no Youtube, que foi postado pelo Edison, que na época, alé de ser vocalista da banda The Power Of The Bira, era dono da loja Abrigo Nuclear junto com o Tito...no final da apresentação o IML toca a música Merchandise do Fugazi...perfeito!!! Apreveite e veja a apresentação das outras bandas que tocaram no Festival e que também foram postadas pelo Edison...desire inside desire!!!

Intense Manner Of Living [Festival Juntatribo 2]...

X-Acto - harmony as one [1995] cd...

O X-Acto era de Portugal e foi uma das bandas mais importantes pros sxe's daqui do Sul, pelo menos pra mim, meu irmão e outros doidos mais velhos da região...o som dos caras era perfeito, hardcore muito bem tocado, letras positivas e muito bem escritas...é sem dúvida alguma uma das bandas europeias que eu mais gosto...sinceramente, a cena europeia teve muitas bandas boas, que tinham as melhores letras comparadas com as americanas. O pessoal daqui teve a portunidade de ver o show do X-Acto em CWB junto com o Family em 98 , se não me falha a memória...show perfeito!!! Mas sobre esse cd, além de possuir 10 músicas recheadas de politica de libertação humana e animal, no final tem uma faixa bonus com um spoken word que fala sobre veganismo. X-Acto foi sem dúvida alguma uma das bandas vegan sxe mais importantes da cena portuguesa e que sempre me traz boas recordações...quem viveu aquela época sabe do que estou falando...

www.xacto.do.sapo.pt...

www.myspace.com/xactohc

X-Acto - harmony as one [1995] cd...

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Biblioteca Virtual Anarquista...

A Faísca Publicações Libertárias, que é uma editora que tem como objetivo a publicação de livros que ajudem nas discussões do anarquismo social, está disponibilizando em seu site algumas de suas publicações em formato digital. Além dessas versões digitais existem vários outros lançamentos já realizados pela editora, porém em formato tradiconal, ou seja, livro...isso mesmo, já leu algum??? Hahahaha. Hoje em dia as pessoas estão mais acostumadas a ler seus emails e notícias em sites do que um livro...mas é isso aí, a era digital tem suas vantagens e desvantagens. Deem uma olhada no site e construa alguma opinião em cima de livros e não apenas de blogs e web-zines...hahahaha.

www.editorafaisca.net

Separation - s/t [1998] 10"...

Esse é um dos últimos registros do Separation, e vem no formato 10". Esse vinil possui 10 músicas naquela mesma pegada punk rock/hardcore do split com o Serene, mas um pouco mais agressivo...esse 10" foi lançado nos EUA pela Phyte Records em 1998, nas cores preta e cinza...desconheço se existe a prensagem em cd...depois disso a banda terminou e até onde sei um dos integrantes do Separation juntou-se com outros veterenos da cena de UMEA/Suécia e formou o T(I)NC...isso mesmo, aquela banda estilo Rolling Stones com letras politizadas...hahahaha.

Separation - s/t [1998] 10"...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Entrevista: No Good Reason...

O No Good Reason é uma banda de Portugal que tem uma sonoridade nos moldes de Lifetime/Descendents com letras muito boas. Essa entrevista foi feita há algum tempo pelo Luis Nunca Inverno/Rosa Negra Records (BNU) em 2007, com o pessoal do No Good Reason, mas vale a pena conferir.

1. Ao invés de eu escrever um paragrafo aprensentando a banda, vou começar perguntando: O que é o No Good Reason?

NGR: Os No Good Reason são 5 amigos e 5 pessoas diferentes que se uniram para fazer uma banda dentro da ética do punk/hardcore/DIY e passar uns bons tempos.

2. Vocês são de Almada - Portugal. Parece ser uma tradição/característica do hardcore Português a sonoridade mais melodica/old school com letras bem elaboradas, que não caem tanto nos assuntos usuais do hardcore dos EUA e acho que vocês seguem essa característica. Por outro lado, tem aparecido em Portugal, cada vez mais, uma séria de bandas sem engajamento politico, com musica mais pesada, mas no esquema hardcore por hardcore (estética, orgulho, etc), algumas delas até apoiadas por produtoras, etc... o que vocês acham disso? Como vocês veem a cena Portuguesa hoje?

NGR: Eu vejo o punk-hardcore como essencialmente um espaço livre e acente no DIY. Um contraste com a sociedade. Sendo um espaço controlado por miudos para miudos, se as coisas passarem apenas por questões estéticas e futeis, deixa de haver uma diferença e não passa de mais uma "cultura" juvenil que se define por um estilo de musica e roupa. No entanto, o facto deste espaço livre ser tão mal aproveitado face a todas as coisas que se poderiam fazer (não só musica, mas tambem arte, workshops, spoken words, etc) revela que afinal esta cena não está tão separada da sociedade quanto isso, daí haver bastantes bandas em Portugal que se rotulam hardcore mas que têm um management por detrás, por exemplo. Claro que toda a cena hardcore que se originou nos Estados Unidos e todo o mainstream que se ligou a ele acaba por ter alguma culpa.
Mas, há sempre bandas boas, algumas com as quais "crescemos" a ouvir e outras mais recentes: day of the dead, decreto77, breaking through, punchskulls, suchi rukara, these hands are fists, my rules, worth the fight, barafunda total, albert fish, zootic, new winds, x-acto, last hope, human choice, newt, take a hike entre outras...

3. Na musica We Close Our Eyes, a primeira da demo de voces, voces falam sobre a nossa permissividade, das pessoas do ocidente, em relação aos conflitos atuais no oriente, o que é um fato inegável, poucas são as pessoas que entendem o contexto destes conflitos e acabam consumindo passivamente a visão americana dos mesmos. Acho que é uma tendencia natural sobre fatos que, em principio, parecem estar longe da nossa segurança ocidental. Além de entender, se interar, ter uma compreensão melhor destes fatos, o que vocês acham que nós poderiamos fazer para ser menos permissivos em relação a isso? Para realmente intervir?

NGR: Achamos que é importante e que temos algo a dizer em relação ao que se passa no mundo à nossa volta. Perante uma sociedade adormecida, conformada, fria e a automatizada, queremos que as pessoas se questionem (ou se identifiquem) com as nossas letras. Nessa musica falamos não só dos conflitos actuais, mas de todos os acontecimentos da história que foram acontecendo e derramado sangue a troco de dinheiro ou poder. A história continua e repete-se. A indiferença da parte das pessoas mantem-se. Não pedimos uma revolução, mas se houver uma consciencialização pessoal do que acontece à nossa volta, então aí haverão sempre ferramentas para mudar alguma coisa... A intervenção própriamente dita não é nada mais nada menos do que acções. Muito mais do que palavras, as acções são o nosso manifesto.

4. Como eu disse, as letras de vocês fogem um pouco da vala comum. Já a música Problems, a numero 4 da demo, tem uma tematica mais pessoa, não politica como as outras. Como vocês fazem para escrever as letras? Todos escrevem? Voces discutem elas antes de usar?

NGR: Em no good reason nunca limitámos a mensagem da banda. Somos 5 pessoas e 5 cabeças diferentes, daí não levantarmos concretamente nenhuma bandeira como banda. Todos podemos escrever sobre o que quisermos - claro que assuntos numa vertente mais política levam sempre a uma discussão para haver uma coerência na mensagem face banda e grupo de pessoas. Mas acima de tudo, somos sinceros com o que escrevemos e isso é o mais importante. Achamos que no hardcore há espaço tanto para questões políticas e interventivas como para temáticas mais pessoais... o importante é que os assuntos que levantamos tenham realmente conteudo e importância para nós antes de as passarmos para as outras pessoas.

5. Quando escutei o No Good Reason a primeira vez, me veio logo a cabeça o Lifetime. Quais as influencias de vocês pra construir as musicas ou mesmo para escrever?

NGR: Lifetime musicalmente é sem duvida uma das maiores influências, mas temos outras: X-acto e Sannyasin (tanto musicalmente como líricamente), Good Riddance, Vision, Day of The dead, Black Flag, Minor Threat, as bandas da dischord records/summer revolution ... tanta coisa! Cada um tem as suas preferências, e cada um tenta levar um pouco de si, daquilo que ouve e daquilo que lê e vive para a banda/musica.

6. Ao contrário de outras bandas que buscam uma identificação visual a demo de vocês tem várias artes. A que eu tenho tem uma capa com o simbolo do Black Flag e outra com uma imagem de uma cidade. Eu sei que existem outras. Qual o motivo disso?

NGR: Queriamos ver se havia algum maluquinho que comprasse as capas todas diferentes, mas não resultou. eheh. Não, na verdade nós fizemos várias capas e pedimos a alguns amigos para desenhar outras.. tinhamos tantas que fazia mais sentido usa-las todas em vez de escolher apenas uma. Até o artwork mesmo desenhado no CD (alguns têm só NGR escrito ou assim, mas outros têm desenhos e frases) tambem são diferentes, assim cada pessoa tem a sua cópia personalizada pela banda. Tínhamos pensado antes das demos saírem, vender o cd juntamente com uma folha branca, onde as pessoas que comprassem a demo pudessem desenhar tb a sua "própria capa. No fundo, seria uma maneira de envolver mais as pessoas naquilo que fazemos, mas entretanto essa ideia ficou de lado.

7. Eu sei que alguns membros da banda possuem outros projetos dentro do hardcore/punk. O Braulio, por exemplo, desenvolve art works para algumas bandas (vide Fight for a Change e Day of The Dead) e toca em outra banda chamada Adorno. Falem um pouco sobre esses projetos e como vocês fazem para conciliar eles com o No Good Reason e as ocupações pessoais de cada um escola/trabalho...

NGR: Como somos todos da mesma cidade, sempre foi um bocado fácil conciliar e arranjar tempo para se ensaiar. No entanto, o André agora estuda animação cultural e educação comunitária numa terra chamada Santarem, por isso só podemos ensaiar nos fins de semana que ele está cá. Ele tocou em "Lisis Journey", "Words of Hate" e noutra chamada "Galochas à Chuva", que tinha tudo para ser a melhor banda do mundo, a começar no nome, ahaha. Os outros: O Bráulio estuda design, diverte-se a fazer designs para bandas e toca numa banda chamada Adorno ( www.myspace.com/adornno) com o Diogo, tambem baixista de NGR, que estuda psicologia e é jardineiro nos tempos livres. O João estuda engenharia, anda de skate e dedica-se ao graffity/street art. O Rui para alem de NGR toca em "Decreto 77" e está em fase de negação com o seu problema/vicio com uma bebida chamada Sumol.

8. Pra mim é isso, essa entrevista tinha a intenção de divulgar um pouco no Brasil uma banda que conheci e que para mim se apresentou com uma surpresa muito grata. Agradável e esperta. Eu agradeço pela atenção de vocês e deixo o espaço para vocês dizerem algo que queiram... Obrigado.

NGR: Não há muito mais a dizer sobre NGR, as coisas sempre se foram construindo com gosto e calma, gostamos de fazer as coisas por nós próprios e sermos guiados pela nossa paixao e é isso que nos caracteriza. Tambem alguns concertos, umas gravações e umas poucas edições. Esperemos um dia ir visitar o Brasil e agradecer-te pessoalmente não só por esta entrevista mas tambem por todo o apoio que nos tens dado! Obrigado Luis!

www.myspace.com/nogoodreasonhc

terça-feira, 21 de julho de 2009

Turnê em Agosto...

Em Agosto agora vai rolar a turnê de 3 bandas dos EUA em solo sulamericano. São elas: Dogs of Ire (California), Towers (Pennsylvania) e Rogue State (California). No Brasil vão ocorrer apenas 3 shows, como demonstrado no myspace de cada banda. Aqui os shows vão acontecer nos dias 6/8 em São Paulo/SP, 7/8 em Curitiba/PR e 8/8 em Porto Alegre/RS. Pelo myspace das bandas deu pra ter uma idéia de como vão ser as coisas...todas elas tem aquele estilo das bandas que fazem parte do selo Ebullition Records...o Dogs Of Ire tem uma pega mais Born Against; o Towers tem uma pegada mais screamo, Ebullition na veia; e o Rogue State tem uma pegada mais punk/indie sujo...hahahaha...isso me lembra uma amigo punk...bem, escute o som das bandas no myspace, apareça nos shows e tire suas próprias conclusões.

DOGS OF IRE - www.myspace.com/dogsofire
ROGUE STATE - www.myspace.com/roguestate
TOWERS - www.myspace.com/toweringsound

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Separation & Serene - split [1997] 7"...

Nesse split 7" o Separation possui apenas 3 integrantes em sua formação, pois o antigo e também vocalista do Abhinanda deixa banda e vai se dedicar aos seus outro projetos. O som da banda nesse 7" ficou mais punk rock/hardcore com o vocal mais agressivo...letras politizadas como sempre e músicas curtas. Nesse split, o Separation tem apenas 3 músicas. Sinceramente, a música Shape-Shifter é umas das melhores do 7", e a minha favorita dentro de todas as gravações da banda. Já o Serene é uma incógnita pra mim. Conheço pouco sobre a banda, tendo apenas conhecimento dessa gravação...nesse split eles possuem apenas 2 músicas...o som da banda é mais newschool, bem ao estilo daquelas bandas da Victory...as músicas são legais, mas ainda prefiro o Separation.

Separation & Serene - split [1997] 7"...

sábado, 18 de julho de 2009

Separation - 5th Song [1996] cd...

Essa banda me traz boas lembranças também, banda vegan sxe com letras inteligentes e com sonoridade punk/hardcore...o Separation era de UMEA/Suécia, da mesma crew dos caras do Abhinanda e Refused...inclusive a banda começou como um projeto paralelo do vocalista do Abhinanda, José Saxlund, que também era dono do selo Desperate Fight Records, que lançou alguma bandas daquela cena. Esse era um projeto/banda mais punk rock/hardcore, sem aquela pegada mais moderna do Abhinanda...os vocais eram mais melódicos, por assim dizer. Depois desse cdep o vocalista Jose saiu e a banda se tornou num power trio muito foda...nas outras postagens vocês vão saber do que estou falando. Esse cdep conta com 6 músicas próprias e um cover acústico do Gorilla Biscuits...escutava muito esse cdep, mas eu tinha apenas uma gravação em k7, depois de anos consegui uma cópia do cd...escutar esse cd me traz boas recordações de um tempo que não volta mais...sem mais comentátios.

Separation [site oficial]...

Separation - 5th Song [1996] cd...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

MK Ultra & Seein Red - split [1998] 12"...

Nesse split 12", lançado pela Coalition Records, o Seein Red nos traz 15 músicas no estilo Seein Red de ser...basta ler os comentários anteriores, uma das melhores bandas da Holanda. O MK Ultra vem de Chicago/EUA e nos traz 15 músicas também, mas com uma pegada mais fast/hardcore punk que lembra bastante Los Crudos, só que cantado em inglês...inclusive o MK Ultra tem um split 7" com o Los Crudos, muito bom por sinal. O baterista do MK Ultra também tocava no Los Crudos...mas sobre o som do MK Ultra, é muito violento e as letras tem toda aquele tematica política porém com muito sarcasmo também...hahahaha...como uma letra na qual eles criticam as bandas de newschool que assolaram a cena punk/hardcore na década de 90, as bandas da Vicory Records pra ser mais exato...hahahaha. Nessa letra eles falam: "Você pode soar como Slayer mas suas letras são como o Ned Flanders"...hahahahaha. Eles sempre tiveram uns problemas com a Victory Records e as bandas deste selo...eles tem um 7" que se não me falha a memória tem uma música com o seguinte título: "Traga me a cabeça do Tony Victory numa bandeja"...hahahahaha.

www.myspace.com/mkultrachicago

MK Ultra & Seein Red - split [1998] 12"...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Seein Red & Shikari - split [2002] 10"...

Sobre o Seein Red não há mais o que comentar, há não ser que além de composições próprias eles tocam um cover do Manliftingbanner nesse 10"...muito foda. Mas sobre o Shikari existe a necessidade de se fazer algum comentário...hahahaha. Nesse 10" split o Shikari apresenta apenas 4 músicas. O som do Shikari é muito rápido, furioso e emocionante...scream/hardcore. O som é muito brutal e com um vocal muito desesperado...só escutando pra saber do estou falando. As letras tem toda aquela tematica politica, mas com um toque bem pessoal...um split maravilhoso. A primeira vez que peguei isso nas mãos foi na casa do meu amigo Aristides, depois de alguns anos consegui uma cópia desse 10" em alguma visita a São Paulo...a banda tinha encerrado suas atividades em 2005, mas parece que voltou a ativa no ano passado...sinceramente, sem mais palavras.

Seein Red [site oficial]...
Shikari [site oficial]...

Seein Red & Shikari - Split [2002] 10"...

Refraining - ten years after [1998] cd...

Essa banda era de Barcelona/Espanha, old school sxe melódico, com direito a um cover do Wide Awake...mais uma banda que levei anos pra conseguir o cd...conheci naquela mesma época que o Growing Concern, isso em torno de 2000/2001, faz tanto tempo que nem lembro mais....Mas sobre a banda, se não estou enganado, o vocalista do Refraining, David, continua na ativa e montou outra banda chamada The Defense, que lança seus discos pela Crucial Response. Antes essa The Defense se chamava Afterlife...mas vamos ao Refraining, o som do banda é old school com uma pegada melódica, letras que falavam sobre o compromisso ao sxe, no caso a faixa que dá nome ao cd, letras sobre exploração animal, juventude apática...poxa, old school com letras boas, além de uma sonoridade muito foda, com uma puta energia...saudade desse tempo...hahahaha. Mas é isso aí, ten years after - the spirit remains!!!

Refraining - ten years after [1998] cd...

Growing Concern - never fades away [1997] cd...

Banda formada em 1989 em Roma/Itália e que durou até 1998. Me lembro quando meu irmão conseguiu esse cd, fiquei imressionado pela qualidade e energia, além do visual moderno dos caras, coisa de italiano...hahahaha. Até onde eu sei a banda era sxe...letras pesoais e as músicas com muita melodia...tipo um Gorilla Biscuits mais melódico. Mas sobre esse cd, essa é uma das ultimas gravações da banda e foi lançado pela SOA Records da Itália e é muito bom esse registro da banda, levei anos pra consegur uma cópia pra mim...consegui também a versão em 7", mas essa versão em vinil não vem todas as músicas que tem no cd...mas está aí, mais uma banda que marcou o pessoal daqui, pelo menos quando a escuto me lembro de uma época muito importante na minha vida...never fades away!!!

www.myspace.com/growingconcernhardcore

Growing Concern - never fades away [1997] cd...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Seein Red - marinus [1996] 7"...

Sobre o Seein Red existe muita coisa a ser comentada...mas resumindo, essa é uma banda bem conhecida na cena punk mundial pela sua sinceridade e engajamento politico, os caras são comunistas. Esse power-trio holandes tem muita coisa lançada mundo afora, inclusive uma coletânea aqui no Brasil pela Peculio Discos...eles estão sempre produzindo e lançando...membros da banda já tocaram no Lärm (banda sxe pioneira na Europa) e no Manliftingbanner (old school sxe comunista)...os caras tem um histórico impecável, não há o que dizer, a não ser que a banda é uma das mais fodas que já escutei...esse 7" foi o primeiro contato que tive com o trabalho deles e tem um grande significado pra mim, tipo um divisor de águas...hahahaha. O Marinus 7" foi lançada pela Ebullition Records, selo norte americano, em 1996. Todas, mas serio, todas as músicas são rápidas e com letras maravilhosas...o que sinto falta hoje em dia, letras politizadas, de classe operária...faça o favor de escutar isso. Stay tune for the revolution!!!

www.myspace.com/seeinred

Seein Red - marinus 7"...

domingo, 12 de julho de 2009

Genuine - a bond still strong [1996] 12"...

Projeto de um homem só, isso mesmo...o nome do doido é Aaron Edge, tocou em algumas bandas, dentre elas tem o Himsa...o 12" A Bond Still Strong é um vinil de um lado só, isso mesmo, só tem musicas em um lado do vinil e foi lançado pela Excursion Records. Esse 12" conta com varias figurinhas carimbadas tocando e cantando...muito foda por sinal. Uma declaração de orgulho SXE...hahahaha. Além do 12" tem também o 7" The Pessimist Project que foi lançado pela Temperance Records em 1997 e tem uma pegada foda tbm, na realidade esse eu acho bem melhor que o 12"...nesse apenas o Aaron Edge canta, pegada 108 na veia...inclusive com uns mantras no final do 7"...hahahaha. Mas a banda é foda e é dificl achar alguma coisa dessa banda pra comprar...eu consegui depois de anos esses vinis pela internet...um tempo atrás descobri que a State of Grace Records lançou a discografia dessa banda...as letras da banda tem uma temática bem ligada ao sxe, como fica claro na música Believe, do Pessimist Project 7": "i've watched so many people fall - promises made - they broke them all". Straightedge in your face!!!

Genuine - a bond still strong [1996] 12"...

Genuine - the pessimist project [1997] 7"...

domingo, 3 de maio de 2009

7 Seconds - take it back take it on take it over (2009) cd...

Finalmente depois de tanto espera saiu o ultimo lançamento da banda 7 Seconds aqui no Brasil, o lp Take It Back Take It On Take It Over. E o legal que o cd saiu em formato digipack...poxa, não há motivos pra reclamar em relação ao tratamento dado a esse lançamento...somente a demora, mas em virtude de um selo independente ter lançado esse cd aqui até que não demorou tanto...esse cd foi lançado em 2004 pelo selo SideOneDummy lá fora, e aqui foi lançado pelo selo paulista Enemy One Records esse ano de 2009...esse selo já lançou muita coisa por sinal. Acredito que boa parte do pessoal já deve ter baixado esse cd em formato mp3 em 2004, no ano de lançamento...mas isso não me impediu de comprar esse lançamento nacional, assim como o fato de ter as mp3s dos lps antigos não me impediu de comprar os vinis...mas vamos deixar essa discussão para outro dia. Bem, sobre a banda, o que posso dizer??? Na ativa desde 1980 e formada em Reno/Nevada pelos irmãos Kevin Seconds e Steve Youth...Quem tem alguns anos de punk/hardcore com certeza já ouviu falar, caso contrario faça o favor de ler algo sobre...hahahaha. Meu primeiro contato que tive foi através de zines e fotos de bandas com a camiseta da banda...acho que isso é pra lá de normal...lembro do encarte do ep Disengage do Youth Today, onde o Ray Cappo tem uma camiseta do 7 Seconds...acho que o grande sonho do Ray foi ter uma banda como o 7 Seconds...hahahaha. Então, minha curiosidade aumentou...consegui umas gravações em fita k7 através do meu amigo Klals de CWB via Maikon K...hehehe...poxa Maikon, estamos ficando velhos...Mas antes disso eu comprei um cd deles, o the Music, The Message (1995)...esse cd era um punk rock bem mediano no meu ponto de vista...depois de ter escutado Dead Kennedys e Minor Threat, qualquer coisa fica meia-boca...então não entendia o porque de tanta gente gostava tanto dessa banda...depois que meu irmão Marcel comprou o cd Walk Together, Rock Together (1985) aí fui entender o porque de tudo isso...esse lp era tão bom quanto um cd do Minor Threat...alguns podem dizer o contrário...entendo, ainda prefiro Minor Threat, mas o valor histórico do 7 Seconds na cena punk/hardcore e esse lp assim como o lp The Crew (1984) podem mudar sua opinião...uma energia e musicas com letras positivas, coisa que qualquer punk gostaria de escutar...hoje em dia não sei se é mais assim, naquela época eu sempre esperava por algo melhor do que letras estúpidas, alias ainda espero...hahahaha. Então, comparando com o cd que tinha, o The Music, The Message, eu pensava: ”Que porra aconteceu com a banda? Cadê toda aquela energia?” Fiquei algum tempo pesquisando sobre a banda, seus lançamentos e realmente constatei que a banda teve uma fase meio estranha...mas em 1999 eles voltaram com o lp Good To Go e aí senti que realmente esse era um lp do 7 Seconds, aquela mesma energia dos primeiros lançamentos...depois eles lançaram um lp ao vivo, achei legal mesmo não gostando de lançamentos ao vivo...hahahaha. Mas agora você tem a oportunidade de escutar e ter em mãos o ultimo lançamento deles por um preço acessível e vai perceber que a energia continua a mesma do Good To Go e os lps antigos do 7 Seconds..é obvio que musicalmente isso não representa nenhuma novidade...não vai escutar esse cd pensando em encontrar algo novo, deixa de ser musico...musico não pensa em todo o contexto histórico que cerca uma banda e sua influência na cena, apenas pensa nas malditas partituras e na porcaria da técnica...ao escutar esse cd pense em você dando um stage dive e todo aquele agressividade que você encontra num show de hardcore...as letras continuam a mesma coisa, não é nada filosófico...ninguém fica divagando sobre Chomsky aqui, acho que cada banda tem sua característica, o 7 Seconds não é uma das bandas mais políticas por assim dizer (não significa que seja uma banda burra, longe disso), mas é uma das melhores bandas de punk/hardcore que já existiu, não tem o que discordar. Se você tiver oportunidade confira, pois não há mais nada o que dizer sobre o 7 Seconds...

www.myspace.com/enemyonerecs
www.myspace.com/7seconds
www.sideonedummy.com

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Nunca Inverno – aço e concreto (2009) ep...

Vindos de Blumenau/SC, o Nunca Inverno vem se consolidando na cena punk/hardcore de Santa Catarina há algum tempo...vários shows, vários mini-tours...inclusive tour na Argentina e Uruguai...já lançou uma demo, um cd, e agora vem com esse ep com 3 musicas no formato cd...tudo feito de forma independente. Inclusive esse ep foi levado para divulgação na tour que eles fizeram fora do país. O Nunca Inverno tem sido uma das bandas que tem levado a filosofia faça você mesmo com muita vontade e dedicação. Falo isso porque tenho acompanhado a banda desde o seu início...os membros sempre participando de eventos relacionados a cena punk/hardcore e direito dos animais, organizandos shows, correndo e fazendo toda a parte da arte dos cds e demos, tudo de forma independente e sem fins lucrativos...aliás, quem vai ficar rico tendo banda de punk/hardcore aqui em Santa Catarina??? O fato, que eles abraçaram a idéia de uma banda como um veículo de expressão independente e uma forma de dar um sentido a mais em suas vidas...fugindo da rotina que eles sempre comentam em suas letras, muito bem escritas por sinal...mas vamos ao ep. Esse ep possui 3 musicas: a 1ª chama-se “Aço e Concreto”, que dá nome ao ep. Musicalmente falando, a banda sempre teve influência de Rethink, Garage Fuzz e Dag Nasty...isso sempre ficou evidente em todos os seus trabalhos anteriores...eles nunca negaram isso e nem precisa...mas essa faixa lembra além das bandas citadas um pouco Hot Water Music, alias, a influência de Hot Water fica bem evidente nessa música...na letra é discutida a questão da inflexibilidade do indivíduo e de como aos poucos vamos nos tornando aquilo que sempre combatemos...uma letra simples, bem escrita, como se fosse uma poesia...mas quem sou eu pra saber de alguma coisa...a 2ª musica chama-se “10 ou 12” e faz uma desabafo e homenagem aos poucos que ainda freqüentam os shows e a cena punk/hardcore...e ainda deixa claro que por mais que poucos estejam na ativa e participando ainda existe motivo pra continuar...que essas poucas pessoas e rostos as vezes desconhecidos são combustível pra mante-los na ativa como banda e indivíduos da cena punk/hardcore...o ep termina com um cover da música “1 to 2” da saudosa banda Dag Nasty que foi uma das melhores bandas que a Dischord records lançou e que sempre foi forte influencia do Nunca Inverno e desta vez a homenagem foi prestada asssim como já foi feito em vários shows da banda...e a arte deste ep do Nunca Inverno tá bem legal, uma capinha azul com as letras e comentários, e tradução em espanhol pra tour na Argentina/Uruguai...tudo que sempre gostei na arte de qualquer lançamento de uma banda de punk/hardcore...sinceramente, junto com a demo esse ep foi a melhor coisa que eles lançaram...gosto do cd, mas esses dois lançamentos são meus favoritos...e se você quiser descobrir isso por si só, entre no myspace deles ou veja eles por aí, tocando em algum lugar...porque essa sem duvida é uma das bandas que toca em qualquer lugar em qualquer hora, pelo simples prazer de fazer aquilo que gosta...assim como deve ser...como eles mesmos dizem na musica 10 ou 12: “em lugares pequenos e sujos. 8 ou 9 horas distante do que fazemos e fingimos ser para ter isto. Pouco tempo. Nenhum dinheiro. Alguns sorrisos. Sempre os mesmos. 10 ou 12”...

www.myspace.com/nuncainverno

terça-feira, 28 de abril de 2009

Here we go again!!!

Em mais uma viagem de volta de um show, conversa vai e conversa vem, eu e o Luis tocamos no assunto de voltar a fazer zine. Ele comentou que ainda existiam pessoas que liam zines...e devido a apatia que vem assolando minha vida, no que diz respeito ao hardcore, resolvi voltar a fazer zine junto com ele, mas dessa vez em forma de um blog...parei de fazer os zines já faz algum tempo e apenas virei consumidor de discos e cds, livros e freqüentador de shows...muito legal isso, faz parte do esquema, mas acho que posso fazer mais do que ser apenas um consumidor e interagir mais...esse novo suspiro também se deve ao fato que aqui na minha cidade uns garot@s montaram um coletivo com idéias muito legais, coisa que no passado tentamos fazer mas não conseguimos...sei que de certa forma, mesmo que indiretamente, eu juntamente com outros amigos influenciamos esse pessoal novo. Olho isso com muito orgulho e também com certa tristeza, pois eu deveria estar mais ativo...não apenas com banda, mas ajudando mais na organização de eventos entre outras coisas relacionadas ao punk/hardcore. Mas está aí, estamos vivos ainda e com vontade de manter e propagar a chama uma vez mais...kids like us will be alone forever, kids like us will be alone together!!!

marcio rogério...